Exposição revela todas as facetas da atriz e a celebra por completo em seu centenário

Em 95 anos, Tônia Carrero (1922-2018) fez de sua vida o que queria ter feito. A começar por crer, ela própria, em sua vontade obstinada de se tornar artista. Artista da interpretação. Atriz – trabalho que, lá pela metade do século XX, era, para muitos, matéria de desagrado. Tônia, porém, não se importou com a aspereza alheia, tampouco esperou que a profissão a chamasse: ela escolheu os palcos. E as câmeras. Tomada por essa escolha, construiu a trajetória que o programa Ocupação Itaú Cultural, em sua 56a edição, celebra.  

Celebrar, aliás, corresponde a um verbo que Tônia conheceu bem. Pessoa de festas e afetos, gostava mesmo era de estar na presença do outro – seja na companhia de familiares e amigos, seja junto com o público fiel. Ou ainda: com Branca, do filme Tico-tico no fubá (1952), Neusa Sueli, da peça Navalha na carne (1967), Stella Simpson, da novela Água-viva (1980), Alice, do longa Chega de saudade (2008), e tantas outras personagens suas, papéis que formam o teatro, o cinema e a televisão do Brasil.  
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Por meio de fotos, vídeos, textos, documentos e demais objetos, esta mostra busca contemplar várias facetas da homenageada: da imagem de diva ao profissionalismo, da inteligência ao humor delicado, da sofisticação ao enfrentamento (da mãe e da censura, por exemplo). E, em especial, ressalta-se um de seus principais traços: a alegria de ser atriz, de surpreender a plateia, de renovar sempre as emoções (as suas e as dos espectadores).    
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Realizada no ano do centenário da artista, a Ocupação Tônia Carrero reafirma o compromisso do Itaú Cultural com a arte da representação (no projeto, nomes como Lima Duarte e Laura Cardoso já ganharam homenagens) e se estende para uma publicação – disponível no formato impresso e on-line – e o site. Que neste percurso expositivo ressoe a exclamação tão usada por Tônia: ma-ra-vi-lha!

Itaú Cultural